A natureza dos anjos e o modo como eles adquirem conhecimento já não são, certamente, temas levados em conta pela discussão filosófica. O que este livro demonstra, no entanto, é que não eram somente motivos religiosos que faziam deste um tópico pertinente à filosofia escolástica. Ao defender que existem criaturas que não se compõem de matéria, e ao descrever a maneira como elas – em contraste com os homens, por um lado, e com Deus, por outro lado – obtêm conhecimento, Santo Tomás de Aquino salvaguardou os esclarecimentos que já haviam sido conquistados pela filosofia medieval a respeito da natureza humana e da ordem do mundo. Esta disputatio, escrita na maturidade de Santo Tomás, insere-se em estudos não apenas de angelologia, mas também de antropologia e de teoria do conhecimento. Além de trazer uma bela e fidelíssima tradução, este é um volume bilíngue (latim–português).