Nascida em São Lourenço, Minas Gerais, na família Ajlani, de origem libanesa, Dinoráh valorizou por toda a vida os costumes e valores aprendidos com o pai. Quis ser médica, como o irmão, e recebeu todo o apoio para enfrentar a faculdade na capital mineira. Ainda estudante, apaixonou-se por um professor e médico. Foram alguns anos de felicidade plena. Mas, o ciúme e o transtorno psicológico de outra mulher mudaram completamente sua vida. Abandonada pelo namorado, sozinha e grávida, aventurou-se a iniciar sua carreira no norte de Minas Gerais. Escondeu a gravidez da família e do ex-namorado. Infeliz, decidiu doar seu filho a uma irmã, residente no Líbano. Fato este que a atormentará até o final de sua vida; remorso acima de qualquer outro sentimento. Médica conceituada na região de Campos do Jordão, no estado de São Paulo, deixou-se apaixonar pela segunda vez e casou-se com Xavier. Mãe de outros filhos, sentia-se responsável pelos irmãos após a morte dos pais. Sua trajetória de sucesso como médica foi carregada de uma dor interior e pelas perdas familiares, partes que foram se desprendendo de si. Viúva, conciliava a profissão com a educação e o apoio aos filhos e netos. Em processo de Alzheimer, confusa, foi interditada e fraudada por um filho que a colocou em uma casa para idosos. Seu mundo perdeu a cor, as horas e os compromissos que a ajudavam a ser vaidosa e jovial, apesar dos anos. Nesse lar, uma adolescente a ajuda a sobreviver à ausência da família e a encontrar a esperança do encontro com o cordão que trará o filho Rael Farid de volta aos seus braços e ao perdão tão esperado.